Pioneiros do Cinema
Com a invenção do cinema foi possível vermos a realidade por outros ângulos, imaginarmos o futuro e até mesmo conhecer outros planetas e civilizações. Em 1985 os irmãos Lumière apresentaram para o mundo essa nova tecnologia e os primeiros filmes tinham poucos segundos de duração e mostravam cenas da realidade ou trucagem.
Entre os primeiros cineastas se destacam Georges Mèliés (1861-1938) com o primeiro filme de ficção científica Viagem à Lua filme de 1902 com 14 minutos de duração e que conta a história de astronaltas que vão para lua, lá eles encontram vida e são captutados pelos selenitas, eles conseguem fugir, no entanto um selenita volta com eles para terra. Essa comédia repercutiu em diversos países inspirando diversos outros filmes.
Outro diretor responsável pela divulgação do cinema foi Edwin S. Porter (1870-1941) conhecido pelo primeiro astro de faroeste e o famoso filme O Grande Roubo do Trem (1903). A história é inspirada no espetáculo da Broadway Hole in the Wall. O filme apresenta dois bandidos que param uma locomotiva e abordam o maquinista o obrigando a colocar dinamite no trem. Após eles o amarram e quando o trem para para abastecer os cúmplices deles (agora quatro bandidos) saqueiam os passageiros. Conseguindo escapar, o maquinista reúne alguns amigos e vão em busca de justiça. Se inicia um tiroteio e os bandidos são mortos. Esse filme que tem cerca de 11 minutos de duração fez com que o público entrasse em estase e consagrou o diretor que propiciou invenções importantes pro cinema como equipamentos para impressão, perfuração e desenvolvimento de longos rolos de filme.
Os filmes inicialmente eram comprados e distribuídos em quadros que poderiam ser vendidos individualmente ou em conjunto (o filme todo). Os exibidores, muitas vezes, devido ao valor, compravam quadros de diferentes autores, deixando a história confusa para o público, que não reconhecia os autores. Com o cinema se tornando indústria os filmes passaram a ser alugados, podendo assim, o exibidor pagar pelo filme todo. Um dos filmes que contribuiu para essa popularização do cinema, demonstrado o seu potencial de lucro para os diretores e exibidores foi Os Vampiros( 1915) de Louis Feuillade (1873-1925). Apesar do título o filme não era de terror e sim se tratava se uma série sobre um bando de ladrões.
O filme se destacou pois se tratava de eventos fictícios excepcionais que ocorriam em locações reais. Eram tiros de canhões, e guangues de criminosos que aterrorizavam o lar dos cidadãos de bem da cidade. Outra característica é que diferentemente dos filmes americanos que na época apresentavam edições e movimentos mais complexos, Os Vampiros, filme francês, apresenta a encenação diante de uma câmera parada, assim como os irmãos Lumière e Georges Méliès, esse posicionamente propiciava a noção de vida real, representava o cotidiano. Assim Louis Feuillade apresenta ao mundo como poderia ser representado o incrível no mundo real.
Do outro lado, assim como Edwin S. Porter temos o grande cineasta americano D.W. Griffith que se destacou com filme Nascimento de uma Nação de 1915. O conteúdo do filme que apresenta a guerra civil americana e a ascenção da Ku Klux Clan. O filme de 190 minutos analisa do ponto de vista do diretor os problemas que surgem quando os negros alcançam a igualdade de direitos e ressalta uma sociedade secreta que "salvou" o Sul do domínio da raça negra.
Mesmo tendo muitas críticas sobre esse racismo presente no filme, D. W. Griffith apresentou uma narrativa fílmica inovadora, mudando os cursos do cinema, pois ele uniu as técnicas básicas conhecidas até então e criou um enredo que apresentava duas famílias divididas pela guerra civil.
A história se desenrola em dois momentos. O primeiro que é a reconstituição histórica de como o Norte e Sul dos Estados Unidos entram em conflito. E o segundo se dá após o assassinato do presente, apresenta a pós-guerra no qual o homem negro se corrompe.
Como nota-se essa primeira fase do cinema foi dominada pelos franceses e americanos. Outro francês que fez história foi Abel Gance (1889-1981) agora pouco antes da sincronização entre som e imagem ele mostrou ao mundo sua obra prima Napoleão (1927). Pioneiro dos filmes que contam a vida de Napoleão, o filme demonstra a fase estudante, aborda o cerco de Toulon, a Fase do Terror e a primeira campanha italiana.
O filme foi editado diversas vezes, assim possuem versões diferentes, algumas com duração de até 5 horas e meia e devido ao alto custo a série de filmes nunca foi completada.
Napoleão se destaca pela edição e técnicas de filmagem como o uso de câmeras de mão, tela dividida, colorização, close-ups, jump cuts (cortes que quebram a continuidade do tempo). Além disso, a narrativa inclui romance, tristeza, coragem e humor com cortes que nos levam de uma cena de batalha a um grandioso baile.
Assim esses diretores auxiliram o desenvolvimento técnico, estrutural e criativo do cinema contribuindo para o cinema que temos hoje, pois muitas dessas técnicas são presentes até hoje.